quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

HERBERT BASTOS DO RJ ODIOU "HOSPITAL DA GENTE"! Do texto às atrizes a quem chama: "medianas".

E assim foi o comentário de HERBERT BASTOS em seu site Almanaque Virtual:

Fragmentos de uma realidade e atrizes medianas em cena
Por Herbert Bastos
10/02/2009


Hospital da Gente é o mais recente espetáculo do paulistano grupo teatral Clariô. Representado somente por atrizes, a peça conta a história de mulheres comuns, que vivem abaixo da linha da pobreza. O texto, sem dúvida, é muito rico no quesito expor ao público o cotidiano de mulheres que nunca estudaram em escola alguma e possuem uma espécie de conformismo com a baixa qualidade de vida que levam.


Sendo assim, afirmo, o texto de Marcelino Freire é muito popular e na mesma proporção, pouco instigante. Hospital da Gente reflete situações que não correspondem com a realidade brasileira atual. O autor usa fragmentos da realidade para questionar o descuido dos governantes com os mais pobres. Mas mesmo assim, percebo que a dramaturgia de Marcelino apresenta muitos clichês, inclusive nos textos melhor desenvolvidos.


Quem melhor se destaca nesse espetáculo é a atriz Naruna Costa. Os monólogos que ela representa são os que mais causam comoção em quem a vê em cena. Tanto quando representa a mulher do lixão, quanto a mãe que ao perder um filho diz não gostar da paz. Essa cena faz uma alusão a lavação de roupa suja em praça pública, num dialogo dessa mãe consigo mesma. A emoção que Naruna passa quando representa, é mérito do diretor Mário Pazzini? Não acredito.


Naruna transmitiu segurança todas as vezes que entrou em cena, sem dúvida ela é a mais talentosa. Já as atrizesAlaissa Rodrigues; Janaína Batuíra; Jusy Nonato; Maira Galvão; Martinha Soares e Naloana Lima Oliveira pareciam perdidas e apresentaram gestos e ações desnecessárias em cena. A direção cênica de Mário deixa muito desejar. Faltou melhor exploração de nuances do texto que foram mal transpostas na interpretação das atrizes.


O trabalho de Mario funciona melhor quando ocorre a discussão entre duas personagens distintas: a típica evangélica e a prostituta de beira de estrada. Já quando o assunto é cenário ou figurino, o desastre é total: cores usadas de forma errada; Ambientações que reproduzem mal a arquitetura de barracos das favelas ou assentamentos sem terra; Iluminação que não aguça a imaginação do espectador, isso sem falar da falta dela no mento da intenerância do público.


Mesmo com esses problemas apontados, alguns espectadores pareceram gostar muito do espetáculo. Quem tem hábito de assistir bons espetáculos, dificilmente irá gostar de Hospital da Gente. Mas se quiser, literalmente, pague para ver,depois não diga que não avisei.


Serviço:
Espetáculo: Hospital da Gente
Teatro Arena Caixa Cultural - Av. Almirante Barroso, 25, Centro - RJ
(21)2544-4080 / 2544-7666 / 2544-1099
Temporada:De 05 a 15 de Fevereiro de 2009 - quinta a domingo
Horários: 5ª a sábado 20h e Domingos 19h
Entrada - R$10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
Classificação - 12 anos
Duração: 1h40
Capacidade: 100 lugares
Acesso para portadores de necessidades especiais
Informações: www.caixa.gov.br/caixacultural

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

De volta a São Paulo!

Salve salve parceiros de criação e luta!
Estamos de volta à Sampa pra começar 2009 já cheios de motivos pra celebrar!
Em primeiro lugar, nosso salve à cidade do Rio de Janeiro que nos recebeu com muito axé pra uma curta e linda temporada no Teatro de Arena da Caixa Cultural!
E que maravilha!
Nós lá, ocupando com nossos barracos e lixão e roupas nos varaus a cidade maravilhosa, mostrando com a palavrardente de Marcelino Freire que nem tudo está uma maravilha!
E viva! E ave nossa que agente a gradou e desagradou o povo por lá! Desde meninos presidiários à senhorinhas da classe alta, todo mundo no mesmo barco ou na mesma merda como diz Marcelino.
Sacudimos viu!
E aumentamos a nossa teia... conhecemos por lá o pessoal da CUFA, da Cidade de Deus e MV Bill. Guerreiros da Cia Tumulto de Teatro, que fala nossa lingua e faz coro com a mesma voz! Guerrilheiros culturais que se espalham pelo Brasil. Todo nosso agradecimento à esse povo, pelo que são, o que fazem e o que pretendem ainda fazer. Tamo junto. E Viva!
Assim tambem como o pessoal do Nós no Morro, grupo forte de teatro, que não brinca com a palavra e que foi lá, nos prestigiar e se unir ao caldo desse movimento que cresce a cada dia!
A periferia tem voz alta no Brasil!! Saravá!
E chegamos dia 16, já direto para o I PRÊMIO COOPERATIVA PAULISTA DE TEATRO, de onde saimos com três trofeus, de 05 indicações que tivemos por lá"!
É curioso... nós, de Taboão da Serra, somos o grupo com maior premiação! Algo está mudando...
Nossa gratidão à cooperativa, pela iniciativa maravilhosa de prestigiar trabalhos coletivos, valorizar o grupo e sair da lógica comum competitiva de privilegiar os trabalhos individuais e mercadológicos. Obrigada!
e viva!
Para comemorar tudo isso e engrenar no trampo que não pode parar, não se esqueçam da nossa festa no dia 28/02 no Espaço! Vamos todos celebrar na cantoria e papear bastante!
Salve salve Saravá!
Feliz 2009 á todos!


E no blog de Marcelino...


LÁ & CÁ
"E lá no Rio eu fui ver, no domingo, o final da temporada que o Grupo Clariô fez no Teatro de Arena da Caixa. O maior sucesso, podem acreditar. Casa lotada e impressionada. Com a força das meninas. Que "literalmente" tomaram conta do espaço. Se em Taboão foi construída uma favela na sede do grupo, na Caixa eles levantaram um assentamento para habitarem meus personagens e ave! Emocionante. Isso sem contar que ontem o grupo ganhou três das cinco categorias a que estava indicado no I Prêmio da Cooperativa Paulista de Teatro: Melhor Ocupação de Espaço, Grupo Revelação e Melhor Espetáculo Apresentado Fora da Capital, etc. e tal. Para saber mais, cliquem aqui em cima. Meus parabéns merecidos a todos e eta danado!"


NA CIDADE DE DEUS
"E alguns atores da Companhia de Teatro Tumulto foram assistir idem, no Rio, ao espetáculo Hospital da Gente, do grupo paulista Clariô. Lá, o Tumulto, que é da Cidade de Deus, revelou: já levaram a ideia de um dos meus Contos Negreiros para a tela do Canal Brasil. Isso em 2007. Lembro, à época, que alguém veio comentar comigo: "Marcelinito, sabe aquela história que você escreveu, aquela do pessoal que desce o morro para filmar, de supetão, a vida dos moradores da classe média alta? Pois bem: vi algo parecido no programa Espelho, do Lázaro Ramos". Coincidência, acreditei. Até quando me disseram, no domingo passado, pessoalmente: "trabalhamos os seus textos, gostamos do seu livro, etc." e tenho ditO. Deram-me uma cópia do programa do L ázaro. Foram gravados dois especiais. Bem legais. Eles, munidos de câmera e de improviso, fazendo o movimento contrário. Explico: se os cineastas vivem documentando a vida da periferia, temos o direito, então, de fazer o nosso registro. E fizeram, na prática, o que criei na ficção. Quanta emoção! O filme foi feito e editado por eles. E eu fiquei feliz e orgulhoso. Ave nossa! De saber que os meus textos têm circulado. E inspirado atores pelo Brasil afora. Que beleza! Inclusive, vale registrar: esse mesmo conto, o Solar dos Príncipes, será filmado ainda este ano (no Rio, por sinal) pelo diretor brasiliense Iberê Carvalho. Ele que acabou de lançar o curta Para Pedir Perdão, baseado também em um conto meu, o Angu de Sangue e oh e maravilha! E vamos que vamos. O meu abraço ao Tumulto e, mais uma vez, ao Clariô, que foi destaque no Estadão de hoje com o o grupo mais premiado na festa de antes de ontem da Cooperativa Paulista e por hoje é só e estou todo cheio de alegria e aquelabraço e até a próxima vista. Fui. "


Fomos.

CLARIÔ O GRUPO É DESTAQUE NA ENTREGA DO PRÊMIO COOPERATIVA PAULISTA DE TEATRO!!

SARAVÁ!
Apesar de nossos representantes políticos não valorizarem a arte resistente e pulsante da cidade, ta aí: Taboão da Serra mais uma vez sendo bem representado por cultura de qualidade que insiste em florescer nas pedras e resistir até o fim!!!!
E viva!!
O Grupo Clariô de Teatro é o mais premiado pelo I PRÊMIO COOPERATIVA DE TEATRO!
Oferecemos com carinho esses prêmios À Comunidade Santa Luzia, ao Marcelino Freire e aos nossos parceiros na luta por politicas publicas descentes à cultura de Taboão!
Axé!!


17/02/2009 - 07:53

Prêmio CPT 2008 Entrega do Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro 2008


Reúne atores, diretores e personalidades em evento descontraído e animado no Espaço dos Parlapatões.
Na noite de terça-feira, dia 16/2, a partir das 21h30, o Espaço dos Parlapatões abrigou uma nova cerimônia de premiação para a classe teatral. Para a atriz Bel Teixeira, a importância da primeira edição do Prêmio CPT para o teatro resume-se a mais do que uma expressão, o ato: “Incentivo”.


Os parlapatões Hugo Possolo e Raul Barreto apresentaram a festa de forma descontraída, com esquetes que permearam a entrega dos prêmios aos ganhadores. Logo após a abertura realizada pela dupla, Ney Piacentini, presidente da Cooperativa, oficializou o início da cerimônia ao convidar o público a colaborar com as próximas edições do evento por meio de sugestões e críticas. “O prêmio ainda está em construção”, afirmou. Elaborados pela cenógrafa e diretora de arte Luciana Bueno, os troféus eram compostos por três meninos e duas meninas, e formavam uma ciranda quando montados. Refletem, de certa forma, o caráter coletivista da premiação. Caráter esse também ressaltado pelo diretor Antunes Filho, do Centro de Pesquisa Teatral, que considera extraordinária a iniciativa e a elaboração do prêmio. “É extraordinário ter uma comissão que veja sem preconceito, e priorize o coletivo. O CPT (Centro de Pesquisa Teatral) agradece ao CPT (Cooperativa Paulista de Teatro). É um espelho: CPT e CPT”, observou.
Dentre os destaques da noite, o Grupo Clariô levou três prêmios para Taboão da Serra: “Ocupação de Espaço”, “Grupo ou Companhia Revelação” e “Trabalho apresentado no interior e litoral paulista”. O Grupo La Mínima e a Banda Mirim conquistaram dois, cada um. O livro "Fotografia de Palco - 25 anos", de Lenise Pinheiro, publicado no fim do ano passado, foi apontado como uma obra relevante no meio cênico, e congratulado pela premiação.Ao final da festa, as atrizes/cantoras Georgette Fadel e Bel Teixeira e o músico Lincoln Antônio apresentaram músicas dos espetáculos "Rainhas" e "Estela do Patrocínio". No repertório, o trecho “o lugar do corpo no corpo” definiu o que José Renato, fundador e idealizador do Teatro Arena, traçou acerca da cerimônia como membro desse corpo teatral: “É uma competição feita entre nós mesmos, sem nenhuma interferência oficial”.


CONFIRA A LISTA DOS GANHADORESCATEGORIAS:
ELENCOA Noite dos Palhaços Mudos (Grupo La Mínima)
DIREÇÃOFoi Carmen (Antunes Filho, do Centro de Pesquisa Teatral)
DRAMATURGIACindy Hip-Hop (Claudia Schapira, do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos)PROJETO VISUAL Arrufos (Renato Bolelli Rebouças, do Grupo XIX de Teatro)
PROJETO SONOROSapecado (Kleber Albuquerque e Tata Fernandes, da Banda Mirim)OCUPAÇÃO DE ESPAÇO Grupo Clariô, pela ocupação e criação do Espaço Clariô, em Taboão da Serra
TRABALHO APRESENTADO EM RUA A Brava (da Brava Companhia)GRUPO OU COMPANHIA REVELAÇÃO Grupo Clariô
TRABALHO PARA PLATÉIA INFANTO-JUVENIL Sapecado (da Banda Mirim)
TRABALHO APRESENTADO EM SALA CONVENCIONAL A noite dos palhaços mudos (do grupo La Mínima)
TRABALHO APRESENTADO EM SALA NÃO-CONVENCIONALVento Forte Para Papagaio Subir (do Teatro Oficina Uzyna Uzona)
TRABALHO APRESENTADO NO INTERIOR E LITORAL PAULISTA*Hospital da Gente (do Grupo Clariô, de Taboão da Serra)*