"HOSPITAL DA GENTE", do GRUPO CLARIÔ no
FIT - FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO
Publicado em AQUELE SITE no dia 13/06/2011 01:50:00 | Categoria: FIT |
"Um espetáculo que traça um novo caminho e apresenta para o mundo, a vida, gestos, palavras e toda cultura dos excluídos do Brasil. "
No ano de 2001, um grupo de artistas junta-se em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, com o intuito de criar um grupo teatral capaz de refletir sobre a arte na periferia. Após quatro anos de pesquisa de várias linguagens teatrais, é fundado formalmente em 2005, o Grupo Clariô de Teatro.
Neste mesmo ano, constituem o Espaço Clariô, sede da companhia, em que o grupo realiza um trabalho de pesquisa enraizada nos guetos e no cotidiano do cidadão periférico.
Em 2008, por meio do encontro com os contos do escritor Marcelino Freire, o grupo lançou o espetáculo Hospital da Gente, dirigido por Mario Pazini.
A montagem, indicada a cinco categorias no Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro, será apresentada no FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO de São José do Rio Preto, na categoria de espetáculos nacionais.
Um espetáculo que traça um novo caminho e apresenta para o mundo, a vida, gestos, palavras e toda cultura dos excluídos do Brasil.
Sinopse
Catadas dos cantos/contos de Marcelino Freire, trabalhadoras do Brasil abrem as portas dos seus barracos para revelarem a que vieram, qual o seu papel, seu lugar dentro de uma estrutura caótica e desigual.
Sem drama!
Não há o drama.
Figuras tão conhecidas como a mendiga, a bêbada, a prostituta, a velha, a mãe ou a dona de um boteco de uma Favela Fênix qualquer, dão luz a perguntas apagadas do nosso questionário a respeito do que está acontecendo.
O que esta acontecendo?
O que você faz com a fome, tem remédio? Onde eu vou achar tanto remédio bom? Minhas asas quem mandou cortar? Capim sabe ler? Hein? E o cachorro? A cachorra? Sou puta ou não sou puta? Parado não é pior? Repartir seu quarto? Pergunta? Cadê meus dentes? Tem esforço mais esforço do que o meu esforço? Ta me ouvindo bem? Já viu amor entre porco? Entre sapo? Entre pombo? Aí diz que o pombo é bonito porque o pombo se empomba, porque o pombo corre atrás da pomba, bom é pombo assado e pronto!
O moço ta servido? A moça?
Sobre o Grupo Clariô de Teatro
Espaço Clariô: Rua Santa Luzia, 96, Taboão da Serra – SP
Site: http://espacoclario.blogspot.com
E-mail: grupoclario@uol.com.br
Ficha Técnica
Autor: Marcelino Freire
Direção: Mario Pazini
Elenco: Alaissa Rodrigues, Janaína Batuíra, Luana Lima, Maira Galvão, Martinha Soares, Naloana Lima, Naruna Costa e Paloma Oliveira
Cenografia: Alexandre Souza (João)
Contra-regra: Diego Avelino
Iluminação: Will Damas
Música (composição e direção musical): Naruna Costa
Figurinos: Grupo Clariô de Teatro
Assessoria de Figurinos: Leandro Benites
Adereços: Martinha Soares e Naruna Costa
Técnico palco: Alexandre Souza
Música “Beradêro: Chico César
Arte Visual: Naruna Costa
Fotos: Moisés Moraes
Contos (por ordem de entrada): Nação Zumbi; Trabalha-dores do Brasil, Balé, Muribeca, Totonha, Phoder, Vaniclélia, Darluz, Amor Cristão, Socorrinho, Da Paz e Favela Fênix.
Contos extraídos das obras: Angu de Sangue, Balé Ralé, Contos Negreiros, Rascif e alguns ainda inéditos.
No FIT
Categoria: Nacional
Classificação: 12 anos
Nacionalidade: Brasil
Cidade: Taboão da Serra (SP)
Duração: 100 minutos
"HOSPITAL DA GENTE" no TUSP, na
"MOSTRA MILITÂNCIA TEATRAL NA PERIFERIA"
"MOSTRA MILITÂNCIA TEATRAL NA PERIFERIA"
CULTURA - 01.07.11
Mostra do Tusp traz ao palco o teatro da periferia de São Paulo | |
Paulo Fávari / USP Online
paulo.favari@usp.br
Do dia 7 ao dia 31, sete grupos teatrais de São Paulo se apresentarão no Teatro da USP (Tusp). Eles compõem aMostra Militância Teatral na Periferia, dedicada a trazer ao centro a produção teatral que acontece nas partes mais distantes da cidade. “Periferia em relação a o quê? Depende do ponto de vista. Nós estamos na periferia do centro, mas talvez o centro esteja na periferia dos núcleos, dos grupos. Talvez São Paulo seja a periferia de algum lugar, o Brasil seja periferia de uma economia, de um sistema”, reflete Beto Nunes, ator do Grupo Engenho Teatral. |
Além do Engenho, sediado em Tatuapé, participam também os grupos Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes, de Cidade Patricarca; a Trupe Artemanha, de Campo Limpo; oBuraco d’Oráculo, de São Miguel Paulista; a Brava Companhia, que atua na Zona Sul; o Grupo Clariô de Teatro, de Taboão da Serra, e o Grupo Pombas Urbanas, de Cidade Tiradentes.
Além da apresentação das nove peças em 14 horários diferentes, a mostra também conta com mesas-depoimentos, em que os artistas debatem suas experiências. “Esses grupos vão contar as suas histórias, falar das suas relações com o público, da manifestação estética, por que se produz desse jeito. Isso é uma coisa muito importante de se fazer, porque todos eles têm uma razão e objetivos muito claros. Todos têm uma história e experiências muito ricas que devem ser partilhadas por outros fazedores de teatro”, explica Sebastião Milaré, curador da mostra e ex-curador de teatro do Centro Cultural São Paulo, de onde saiu no ano passado.
O espaço e o público
As peças são em sua maioria originalmente de rua. Consequentemente, para se apresentarem no Tusp, algumas modificações tiveram de ser feitas. Para Milaré, os grupos já estão acostumados a trabalhar em diversos tipos de arquitetura, devido à realidade que enfrentam em seus bairros. “Há uma certa maleabilidade porque eles têm de aproveitar o que aparece para fazer. Nós não podíamos fugir do espaço físico que é o Tusp; trazer uma mostra implica em realmente abrigar esses grupos aqui”, explica.
Juliana Flory, do Grupo Pombas Urbanas, conta os questionamentos de seu grupo sobre o assunto. “A gente também teve essa mesma reflexão: vamos apresentar lá no Tusp e os nossos espetáculos funcionam primeiramente com a comunidade, justamente numa linguagem em que o público precisa participar. Se começamos uma apresentação e o público fica muito quietinho, é muito difícil”, diz, e emenda em meio a risos: “o ponto com que ficamos mais preocupados é a necessidade de adaptar o espaço físico, mas pensar uma forma de realmente provocar as pessoas para participarem do espetáculo. Pensamos até em trazer uma galera da comunidade’”.
Não é "zoológico"
Segundo Sebastião Milaré, a busca do teatro pela rua é uma tendência não só brasileira como da América Latina como um todo. “Acho que essa ideia de um teatro de convenção, tradicional, está sendo minada terrivelmente. O acadêmico, o pensador do teatro, não pode se isolar dessa realidade, que é a grande realidade do teatro hoje. Ele tem que começar a entender essas vertentes diferenciadas”, explica.
E completa, valorizando a tendência: “a Mostra não é só uma mostra de curiosidades, de mostrar uns grupos que fazem [teatro de rua]: ‘olha, que excêntricos que eles são’. Essa vertente do teatro tem de ser vista de uma maneira muito séria e tem que merecer a reflexão, também de quem estuda o teatro, como uma vertente muito importante atualmente”.
Serviço Todas as peças e atividades da mostra são gratuitas. A programação completa pode ser acessada no blog do Tusp. O Tusp fica na Rua Maria Antônia, 294, Consolação, São Paulo e tem convênio com o estacionamento Mariauto. Mais informações: (11) 3123-5233, site www.usp.br/tusp |
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