C L A R I A N A S
"O canto das Clarianas é chamamento e travessia.
Não há um refinamento, nem virtuosismo em nosso cantar. Mora aqui a necessidade de um canto, e nós respeitamos essa manifestação."
Clarianas é um grupo de cantadeiras urbanas da Grande São Paulo, liderado pelas atrizes cantadeiras Naruna Costa (Todas as Flores – Rede Globo, Irmandade – Netflix), Naloana Lima (Trabalhar Cansa) e Martinha Soares (Grupo Clariô), três mulheres negras/afro-ameríndias, que investigam a voz da mulher “ancestral” na música popular do Brasil. A voz é o fio condutor, que revela um amplo universo sonoro, genuinamente brasileiro, que vai desde os Cânticos Indígenas aos Aboios Sertanejos, passando pelas Brincantes do Coco, Ladainhas do Catolicismo Popular, Sambas de Roda, Maracatus, Xotes, Rezas e Tambores Africanos.
Com canções autorais que documentam o cotidiano da população periférica brasileira, em sua maioria negra, Clarianas carrega em seu bojo o canto-manifesto protagonizado pela fala feminina.
O grupo, liderado por 3 mulheres cantadeiras/atrizes/tocadeiras conta com um time de musicistas composto por uma rabequeira (Carla Raiza), uma percussionista (Jackie Cunha), um baixista (Augusto Iuna) e o violonista, também arranjador do Grupo Giovani Di Ganzá.
Clarianas, que já lançou dois álbuns (Girandêra - 2012) e (Quebra Quebranto - 2019), conta também com um single recém lançado: GARIMPO YANOMAMI - Um feat com a liderança indígena Ehuana Yaira Yanomami, e com inúmeras parcerias com grandes nomes como Criolo, Barbatuques, Chico Cesar, Virginia Rosa entre outras; Tem mais de 50 mil ouvintes mensais e mais de dois milhões de views da música “Canto de Proteção” só na plataforma spotfy.
Cantadeiras urbanas negras com a voz e o peito abertos, ecoando o canto das mulheres da floresta, das águas, da terra, do campo e da cidade. As Clarianas são Mulheres periféricas, que traçaram trajetórias inimagináveis e que utilizam a cantoria e a poesia para manifestar a sua resistência, denunciar as violências e celebrar a vida.
A busca pela sonoridade dos cantos de trabalho e de celebração aqui estão a serviço de uma poética extremamente vinculada à luta pela reconstrução da identidade de um povo, compreendendo a grandiosidade de sua diversidade cultural. Cantos de cura, de denúncia, de alegria e de ancestralidade é o que move Clarianas para o ecoar de um Brasil pouco narrado nas grandes mídias.
Falar sobre esse Brasil, cheio de fé e luta é urgente nos dias atuais, onde o racismo estrutural, religioso, o machismo, a xenofobia e o feminicídio estão com números cada vez maiores.
"Como nos shows da intérprete da MPB de maior destaque, Maria Bethania, a teatralidade dos gestos, da forma de cantar as letras, a forma com que o conteúdo das canções são interpretados, carregam em seu bojo o toque que confere à “Clarianas” o status de show de protesto. Não que seja um espetáculo panfletário e triste, ao contrario, “Clarianas” empolga tanto que o público não se acanha em dispensar as cadeiras que formavam a plateia e abrir uma enorme pista de dança."
(Michel Fernandes - crítico e editor do site APLAUSO BRASIL)
Com um repertório de 15 canções autorais e 01 do cantor/compositor CHICO CÉSAR, o disco "GIRANDÊRA" (1º CD de CLARIANAS - lançado em novembro de 2012), é um apanhado sonoro, que vai desde o aboio sertanejo até o samba-de-roda, passando pelas brincantes de côco, ladainhas do catolicismo popular, cânticos indígenas, maracatu-baque-virado, baião, rezas e tambores. Sempre melodiados por vozes que resgatam a memória das mulheres cantadeiras de brasil, marcadas por conteúdos contundentes sobre a realidade de nosso povo.
O show GIRANDÊRA tem duração de 80 min. e conta, além da performance musical, com trechos de textos e poesias de escritores brasileiros, Marcelino Freire, Binho, Luiz Gonzaga, Marco Pezão e Miró da Muribeca.
CRÍTICAS / ARTIGOS/MATÉRIAS:
“Clariana” para brindar o nascimento da menina Ana, que vingou mesmo com o desengano das parteiras.Para as festas no terreiro, os batuques de “Êre” e as lágrimas de “Canto a Iemanjá”. Para os momentos de inundeira, a força de fibra de “Enchente”. “Burca” o cantado perfeito do cortejo fúnebre de algum Zé, esquecido em cidadezica no interior da Bahia. Difícil dizer qual música de “Girandêra” não seria canto das vidas de Joãos, Marias e Josés espalhados pelos sertões (rurais e urbanos) brasileiros. Do Maranhão às periferias paulistanas; parafestas, mortes e renascenças, as Clarianas entoam a voz dos calados pelo abandono que escrevem a história do nosso país (…)."
Artigo de ALÊ ALVES
(jornalista e repórter do programa VIA SAMPA - RADIO USP
ARTIGO de Michel Fernandes
(crítico e editor do site APLAUSO BRASIL):
O canto exuberante das “Clarianas”, espetáculo em que
três atrizes do Grupo Clariô, de Taboão da Serra (São Paulo), interpretaram canções que surgiram no decorrer do processo de montagem de seus espetáculos – “Hospital da Gente” e “Urubu Come Carniça e Voa”, encheu o espírito da plateia de entusiasmo encerrando, com acerto, a VII Mostra Latino Americana de Teatro de Grupo.
Em singelos e artesanais vestidos brancos (do figurinista
Leandro Benites que também assina o espaço cênico formado por fachadas de casebres bem humildes ao fundo, uma pequena plataforma onde estão Giovani Di Ganzá – cordas – e Fefe Camilo-percussão=, microfones à frente do palco), entram as intérpretes e comunicam que o show dará voz às “mulheres ancestrais “. E fazem isso com cantigas inspiradas no cancioneiro popular, das incelenças ao samba de roda.
Todas as letras, até as mais poéticas, tem extremo comprometimento social, evocando problemas enfrentados pela comunidade que abriga a sede do Grupo Clariô (Taboão da Serra, município humilde do Estado de São Paulo) , problemas como seca ( grande parte dos habitantes da região tem, como descendentes, nordestinos), além de observações de pessoas e tipos que vivem no local (destaca-se aqui a música Erê, de Naloana Lima, que fala sobre o dia-a-dia das crianças locais).
Naruna Costa assina as demais letras, além dos arranjos e di
reção musical, todos os quesitos com extremada criatividade, competência e sensibilidade.
Como nos shows da intérprete da MPB de maior destaque,
Maria Bethania, a teatralidade dos gestos, da forma de cantar as letras, a forma com que o conteúdo das canções são interpretados, carregam em seu bojo o toque que confere à “Clarianas” o status de show de protesto. Não que seja um espetáculo panfletário e triste, ao contrario, “Clarianas” empolga tanto que o público não se acanha em dispensar as cadeiras que formavam a plateia e abrir uma enorme pista de dança.
O Grupo Clariô de Teatro finca sua estaca no rol dos coleti
vos teatrais mais interessantes do estado de São Paulo. É bom que se grave esse nome.
ARTIGO de Shaday Larios - Crítica mexicana na VII Mostra Latino Americana de Teatro de Grupo - 2012:
Dice Nietzsche que nuestra voz es un canto reprimido y que nuestro caminar una danza también reprimida, As Clarianas voces y músicas derivadas de distintos procesos teatrales del Grupo Clarió, es un homenaje que lleva en su esencia la sensación hacia ese retorno de libertad y desprendimiento de los sometimientos sociales arbitrarios. La investigación -arqueología sonora- para lograr el concierto de las piezas escénicas está fundamentada en una búsqueda de la ancestralidad africana latente en ciertas regiones de Brasil. Y en congruencia, su plástica auditiva está liderada por mujeres vestidas de blanco, a la usanza de muchas ceremonias de etnias femeninas latinoamericanas milenarias que le danzan y le cantan a las mitologías de la fuerza universal. Recuperar el elevamiento de la voz con rítmicas imitadas, traducidas de las orquestaciones naturales para utilizarlas a su vez como una forma de protesta, de manifestación y resistencia de los lugares más marginales, excluidos, en este caso de Sau Paulo. Las canciones son rela tos, crónicas-extracto de situaciones de conflicto social, oraciones, ductos hacia lo inmanente que subliman el carácter de lo corruptible hacia la temporalidad no cronológica propia de los movimientos rituales: reconectarse con el origen, de cuando el principio de los tiempos y remover la corporalidad hacia il illo tempo ab origine de las sociedades premodernas en las que la noción de progreso se anulaba a favor de la observación y vivencia de un presente continuo, basado en relaciones analógicas con el principal poder llamado agradecimiento y praxis congruente con una justicia u orden absoluto. As Clarianas es una célula perteneciente a un cuerpo escénico mayor que trabaja a favor de una actividad de escucha y análisis de una comunidad desfavorecida, y que bajo una intensa labor de autogestión mantiene un espacio de diálogo con ese sector para integrarlo a través de las herramientas del arte hacia sus raíces, o para indagar en un discurso intermediario entre las realidades más duras y su posible catarsis, expresión y divulgación. El arte destinado a la inclusión social como alternativa de supervivencia, zona de debate y escucha, utilizado por este colectivo, espejo y ejemplo de muchos otros grupos brasileños enfocados en esa misión.
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SESC RONDÔNIA:
videos:
Canções: "Quero vê"e "No entalhe da Melodia"- show no Espaço Caldeirão - outubro/2013
CLARIANAS NO SESC BELENZINHO:
CLARIANAS NO YOU TUBE:
CLARIANAS na VII Mostra Latino Americana 2012:
http://www.youtube.com/watch?v=KRhVblF0JMs
CLARIANAS no Prêmio APCA: http://www.youtube.com/watch?v=KRhVblF0JMs
Quando há Cigarra: http://www.youtube.com/watch?v=5U9WK3kAPps
Girandêra: http://www.youtube.com/watch?v=VHUHh6vcexs
Canto à Iemanjá: http://www.youtube.com/watch?v=BfUnvFVPOhI
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