ESPAÇO CLARIÔ

blog do Grupo Clariô de Teatro.

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terça-feira, 1 de junho de 2010

MOSTRA DE CINEMA FAZ LA O CAFÉ NESTE FERIADO NO ESPAÇO CLARIÔ

E neste feriado, o Grupo Clariô e a Cia Os Crespos de teatro, organizam a
2a Mostra Reflexiva FAzLAoCAFÉ de CINEMA!!!

Serão três dias de mostra, que neste ano terá como tema:
A MULHER NEGRA COMO TEMA E REALIZADORA E VIOLÊNCIA RACIAL!

(clique na imagem abaixo e confira a programação!)

dias 03, 04 e 05 de maio - quinta a sábado a 19h
ENTRADA FRANCA!!!

NOS ENCONTRAMOS NO CLARIÔ!!
AXÉ!
Postado por GRUPO CLARIÔ DE TEATRO às 15:37 1 comentários
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GRUPO CLARIÔ DE TEATRO PELO PROGRAMA ABCD EM REVISTA - TRABALHADORES DO TEATRO

HOSPITAL DA GENTE É DICA DA SEMANA NA TVT.

ouça: CLARIANAS cantam "BURCA" , de Naruna Costa, acompanhadas da violibeca de Geowani Di Ganzá!

NOVIDADES

  • ESPAÇO CLARIÔ GANHA O PRÊMIO GOVERNADOR DO ESTADO 2013 - CATEGORIA: INCLUSÃO CULTURAL (Ilustrada - FOLHA DE SAO PAULO)
  • "GIRANDÊRA CLARIADA" - por ALÊ ALVES
  • HOSPITAL DA GENTE REESTRÉIA COM SAÚDE NO ESPAÇO CLARIÔ!!!!
  • GRUPO CLARIÔ: "MELHOR ELENCO DE 2011"
  • "URUBÚ COME CARNIÇA E VÔA" por LENISE PINHEIRO - blog: CACILDA
  • SALLOMA SALOMÃO escreve sobre "URUBÚ COME CARNIÇA E VÔA!" no blog MOSAICO NEGRO BRASILEIRO.
  • "TRAGIALEGRIA" - "URUBÚ COME CARNIÇA E VÔA!"por MARCELINO FREIRE
  • "HOSPITAL DA GENTE" é selecionado para o 11º FIT - FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO !!
  • Ouça a música "BURCA", de Naruna Costa, cantada pelas CLARIANAS, no cd "MULHERES PERIFÉRICAS CANTAM".
  • Saiba mais sobre o projeto MULHERES PERIFÉRICAS CANTAM

HOSPITAL DA GENTE NO FIT - FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE S. JOSÉ DO RIO PRETO / 2011

  • "As DONAS DAS VOZES DA FAVELA" Por Michel Fernandes- Aplauso Brasil
  • "SEM DRAMA" - Por Paulo Fávari
  • "GRUPO CLARIÔ TRAZ A PERIFERIA PARA O CENTRO" - curadoria

CLARIÔ RENDENDO ARTIGOS

  • HOSPITAL DA GENTE ATESTA A SAUDE DO TEATRO CLARIÔ!
  • HOJE TEM RATO E TEM URUBU (Marcelino Freire escreve sobre as coincidências do filme "FEBRE DO RATO" de Claudio Assis, com a peça "URUBÚ COME CARNIÇA E VÔA!". Ambos estreando no mesmo dia em São Paulo).
  • POR SALOMA SALLOMÃO - "CLARIÔ QUE ESCURECE"
  • Diálogo entre GRUPO CLARIÔ, TEATRO OFICINA e CLOWNS DE SHAKESPEARE no relato do 12º Próximo Ato: "Dar Corpo as idéias." (Retirado do teatrojornal)
  • Coluna de Lázaro de Oliveira - A CULTURA DA PERIFERIA - Heloísa Buarque , Nós no Morro, Grupo Clariô e Solano Trindade.
  • Ventos novos no encontro entre Tadição e ruptura. por Rogério Toscano
  • Vida na periferia por quem é de lá! Por Beth Néspoli
  • CLARIÔ UMA LUZ NA PERIFERIA -por Rangel andrade - RJ
  • NO MUNDO DA CULTURA, A ARTE ESTA EM TODA PARTE - Jornal Le Mond Diplomatique
  • ARTE DAS BORDAS DA METRÓPOLE - por Eleilson Leite
  • Clariô é o mais premiado do teatro em 2008

Saiba mais sobre o espetáculo:

  • FAVELA COM RAIVA E LIRISMO - por Mariana Moreira - CORREIO BRAZILIENSE- DF
  • por Beth Néspoli - O ESTADO DE SÃO PAULO
  • por Christiane Riera - FOLHA DE SAO PAULO
  • TEXTANDO - por NOUBAR
  • Marcelino recomenda
  • HOSPITAL DA GENTE NA UOL
  • CACILDA - Blog Lenise Pinheiro
  • Blog Efeito colateral
  • cometário de Fabricio Teixeira
  • Poesia Maloqueirista
  • Comunidade Clariô no orkut

leia na pg.05 - coluna OPINIÃO- um artigo do clariô sobre Teatro e Internet!

Jornal de Teatro Edição Nr.1

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HOSPITAL DA GENTE NO HIP HOP COZINHA!!

HOSPITAL DA GENTE é Capa da Agenda da Periferia

HOSPITAL DA GENTE é Capa da Agenda da Periferia
clique na imagem e leia a matéria.

HOSPITAL

HOSPITAL

entrevista integral de MARCELINO FREIRE no programa INTERFERENCIA do FERREZ na TV CULTURA!

JORNAL DA GAZETA entrevista Grupo Clariô na enchente!!!

GRUPO CLARIÔ NO ESTADO DE SÃO PAULO!!

GRUPO CLARIÔ NO ESTADO DE SÃO PAULO!!
clique na imagem para ler a matéria de Beth Néspoli sobre o grupo, peça e a enchente!!!

Nosso Hospital...

Nosso Hospital...
foto: Moisés Moraes / Iraci Tomiatto

ESPECIAL

Vejam o depoimento maravilhoso do grande poeta Ciríaco, publicada em seu blog "EFEITO COLATERAL" ,
sobre a sessão que o Clariô fez ontem do espetáculo Hospital da Gente para seus alunos de teatro da Zona Leste!

"Ontem eu vi
Crianças que nunca viram teatro
A primeira peça assistir
Ontem, eu vi
Gestos dizendo “Da hora!”
A menina limpando o rosto que chora
Flores plantadas no jardim
Ontem, eu vi
Que entre o discurso
Cabe a práticaQue entre as falas
Cabem gritos, risadas
Que mesmo numa vida sofrida
Cabe ainda a Vida: ensaiada, encenada,
Aplaudida, de pé
Por aqueles que não deveriam
Insistir, existir...
“Êita, pôxa!”
Ontem, eu vi.

CLARIÔ NO PROGRAMA METRÓPOLIS - TV CULTURA!!

TRAILLER -HOSPITAL DA GENTE

um artigo

clariô: uma luz na periferia!
Março 13, 2009 · Por Rangel Andrade

O ano é 2001. Um grupo de artistas se junta em Taboão da Serra com o objetivo de criar um grupo teatral que pudesse refletir sobre a arte na periferia. Quatro anos se passaram e em 2005 é fundado formalmente o Grupo Clariô de Teatro, composto por 8 mulheres e 4 homens.
O ano é 2008. O Grupo monta Hospital da Gente, indicado a cinco categorias no Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro, do qual conquistaram três troféus. O espetáculo passou pelo Rio de Janeiro onde teve uma rápida temporada na Caixa Cultural, entre os dias 05 e 15 de fevereiro, mas foi o suficiente para deixar gravado na memória dos cariocas um espetáculo marcante e diferente dos que vêem sendo apresentados na cidade nos últimos meses.
Ao entrar no teatro somos convidados a ser o centro da apresentação, nos tornamos personagens principais ao apossarmos do palco. As cenas se desenrolam á nossa volta como um quadro onde o foco em cada momento muda de lugar, giramos 360º graus e vemos estas mulheres serem reveladas. Cada uma com sua história, sua dor, sua verdade.
O cenário de Alexandre Souza e Gilberto Franco Jr. nos leva para uma viagem pela periferia paulistana. O assentamento se ergue ao nosso redor, vamos conhecendo seus casebres, fazendo parte daquele dia-a-dia. Um dos pontos altos do espetáculo é quando passeamos pela favela: suas vielas, roupas, pessoas e por fim tomamos café com a velha Totonha. É de uma realidade incrível, que chega a doer ver uma senhora naquelas condições de vida.
O teatro começa a levar para o mundo um mundo que sabemos que existe, mas que fingimos não enxergar. Nos cegamos diante das dificuldades do outro, do sofrimento alheio, diante do caos de um capitalismo exagerado ... e vamos vivendo...
Grupos como o Nós do Morro, no Rio de Janeiro, Clariô, em São Paulo e indo mais longe o Bando de Teatro Olodum, na Bahia, iniciaram um novo caminho no Brasil que é o de incluir os excluídos e apresentá-los para o mundo: suas vidas, seus gestos, suas palavras erradas, seus barracões; toda uma cultura periférica que não queremos aceitar, mas que está logo ali num morro qualquer atrás das nossas casas.
Somos convidados há uma nova reflexão no mundo atual: seria o teatro o caminho para a socialização da periferia? Ou estaria o teatro fazendo o trabalho dos nossos governantes?
Um texto forte. Uma sensação de inércia. Um grupo promissor. Um início de reflexão. Uma denúncia ao mundo. Um clarão em meio ao caos. Uma semente que foi plantada. Uma árvore que começa a dar frutos. Um teatro que nos leva... nos leva... nos leva....
"Veja ela ali acessa, dentro da fumaça. Divina.Diz dona Preta: EU É QUE NÃO VOU MORRER DE CINZA"(Marcelino Freire)
Mais informações sobre o trabalho desenvolvido pelo grupo no blog: www.espacoclario. blogspot. com

http://www.outracoisa.com.br/2009/03/13/clario-uma-luz-na-periferia/

HOSPITAL DA GENTE: CAPA DA REVISTA CAMARIM

HOSPITAL DA GENTE: CAPA DA  REVISTA CAMARIM
clique an imagem e leia o artigo de Rogerio Toscano.

VISITA AO ESPAÇO CLARIÔ

"E ontem aconteceu a visita da minha turma de teatro da escola às meninas (e ao Mário e o Alexandre) do Grupo Clariô de Teatro, no espaço do grupo em Taboão da Serra, onde é encenada a peça Hospital da Gente.
A nossa visita atrasou um 'cadinho, porque a molecada precisa ainda aprender a ter bom-senso-de-horário, mas nada que atrapalhasse o grupo e a peça, que aconteceu maravilhosamente sem maiores imprevistos, principalmente o da chuva.
Eu, que já havia assistido a peça uma outra vez, aproveitei também para ficar observando as expressões faciais, corporais dos meus alunos.
O espanto, as risadas, as provocações, os choros.
Tinham vários ali que nunca tinham assistido uma peça, e pegar pela frente logo as meninas do Clariô fazendo os textos do Marcelino, não é qualquer coisa.
É emoção puro-sangue.No final, fizemos uma roda de conversa, bem rápida, pois o Grupo ainda iria apresentar o espetáculo das 21hs.
Presenteamos o grupo com algumas rosas, desenhos e bombons, o que foi pouco para compensar tamanha generosidade do pessoal em nos receber, fora de horário e sem cobrar nada, diga-se de passagem.
Mas é o que foi possível da gente dar - já que o dinheiro da Van que nos levou saiu do nosso bolso - mas tenham certeza: foi de coração. Um tiquim do coração de todos.
Ao grupo Clariô de Teatro, mais uma vez: obrigado, obrigado, muito obrigado.
O tamanho do impacto do trabalho de vocês, da apresentação que fizeram pra nós, a gente mostra quando formos apresentar a nossa peça.
Oxalá que seja assim.
Merda pra tod@s nós.
R.C."

E VIVA! TURMA CHEIA DE VIGOR E ARTE!
CLARIÕ É QUEM APRENDE E AGRADECE!!
AXÉ!

Sessão especial para jovens da Leste.

Sessão especial para jovens da Leste.
sabado - 06 de junho de 2009
Tema Simples. Tecnologia do Blogger.

Nosso artigo

“muitas outras obras, em todas as linguagens artísticas, surgiram para confirmar que no gueto pulsa uma arte renovadora.” (*)


A arte que se "produz" nas bordas da cidade é diferenciada sim, pois não está preocupada em reproduzir, em menores condições, o que já em sendo feito no circuito metropolitano. Trata-se de uma construção artística autêntica, alta-cultura vinculada na experiência dos seus artistas, que geralmente propõem uma discussão pura sobre questões sociais legítimas e essenciais para a comunidade e sobre a mesma.

A falta de recursos exposta na construção de um espetáculo, no discurso poético ou em “eventos” artísticos de tantas outras áreas, transcende o lugar das “lamentações“, e torna-se uma forma de luta inteligente e precisa contra a má distribuição de renda e desigualdade social. Além de propor uma nova estética, de muita qualidade, que já vem sendo discutida há algum tempo por intelectuais da área.

Hospital da Gente surge neste contexto, sua linguagem está enraizada na periferia e seu discurso, através da inversão, é capaz de abordar inusitadamente relatos sobre uma realidade violenta. De outro modo, poderia se apresentar como lamentoso, esgarçado e julgador.


(*) Trecho retirado do artigo “No Mundo da Cultura, o Centro Está em Toda Parte”, publicado em fevereiro de 2008, na versão brasileira do jornal francês “Le Mond Diplomatique”, por Eleilson Leite


outro artigo:

UM (SURPREENDENTE) HOSPITAL DA GENTE:
ARRANHANDO A NEGRA COR DA BOCA NA LINHA DO EQUADOR
(por Alexandre Mate)


Cidade de São Paulo, decorrente de vários processos de luta – tanto de grupos, constituídos apenas por seus integrantes, como da organização/junção de vários grupos, formando uma espécie de sujeito coletivo – assiste-se a trabalhos muito significativos na cena paulistana. Por toda parte, e Álvaro de Campos tinha parcialmente razão quando afirmava em Mestre: que é preciso ter a alma [grande] para ver claro... Muitos são os espetáculos esparramados pelos mais diversos lugares da cidade. Muitos são os espetáculos a conciliar qualidade estética e pertinência social.
Obras brotadas do chão da História, por inúmeros coletivos afinados, apresentam temas urgentes e essenciais, em cuja forma personagens alegóricas, ao abarcar o trabalho de pesquisa estética e o de urgência social, são paridas por lirismo surpreendente. Outro$ quinhentos pelo Engenho, Sepé Tiaraju pelo TUOV – Teatro Popular União e Olho Vivo, A brava pela Brava Companhia, Os arrumadinhos pela Trupe Olho da Rua (de Santos), Homem cavalo & sociedade anônima pela Cia. Estável de Teatro, ComiCidade pelo Buraco d’Oráculo e tantos outros estão entre esses coletivos. Assistir a seus trabalhos normalmente apresentados, fora do circuito comercial, pressupõe longos deslocamentos pela caótica paulicéia desvairada. Assistir a alguns dos trabalhos inseridos nessa espécie de produção marginal – que canta, de acordo com Paulo Freire, o homem inacabado – materializa a percepção, agora com João Cabral de Melo Neto, de que: “Um galo sozinho não tece a manhã.” O imaginário épico-popular potencializa as intervenções de muitos artistas que buscam, por intermédio dos espaços de representação, a troca de experiências com a gente bronzeada que tem mostrado o seu valor.
Outubro de 2008, dia em que a população da cidade de São Paulo elegeu, com 60% dos votos, Gilberto Kassab como prefeito da cidade. Da avenida Paulista até Campo Limpo (trajeto muito longo), nenhuma manifestação, nenhuma bandeira: tudo calmo, nenhum vislumbre de festa ou encantamento. Promovido pelo III Festival Nacional de Campo Limpo, pelos integrantes do grupo Artemanha de Teatro, foi possível assistir ao surpreendente O amargo santo da purificação apresentado pela, não menos surpreendente, Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveis, de Porto Alegre: espetáculo que apresenta “Uma visão alegórica e barroca da vida, paixão e morte do revolucionário Carlos Marighella”, assistido pela comunidade de Campo Limpo e também por Dona Clara Marighella, muito emocionada e feliz. Relativamente próxima de Campo Limpo, e muito próxima a uma das “zonas de fronteira”, no extremo da cidade, encontra-se Taboão da Serra.
“Separando” São Paulo de Taboão da Serra, o nem tanto serpenteante, mas muito conhecido Córrego Pirajussara. Próximo a esse córrego, não agora, mas muito transbordante outrora, à rua Santa Luzia, encontra-se uma antiga casa, agora totalmente cenografada por Alexandre Souza, que abriga o Espaço Clariô. Rua que no passado foi invadida tantas vezes pelas chuvas que alargavam o leito do velho córrego. Rua sem os encantos das belas casas, de árvores frondosas crescendo nas calçadas, sem estilos arquitetônicos ousados ou tradicionais... Rua de uma poesia dura. Rua repleta de crianças e adultos que brincam, conversam, se olham. Rua talvez muito mais aconchegante que as pequenas casas: muito frias no frio e muito quentes no calor. Rua idêntica a milhares de incontáveis outras que riscam o chão da periferia das cidades brasileiras.
Rua Santa Luzia, 96, no Espaço Clariô, o Grupo Clariô de Teatro apresenta, a partir da belíssima e essencial literatura (contos e cantos) de Marcelino Freire, Hospital da gente. Dirigido por Mario Pazini que organizou generosa e poeticamente o material de Freire, a Rua Santa Luiza, a zona de fronteira: São Paulo/Taboão da Serra e as surpreendentes atrizes-criadoras do Grupo. Espetáculo processional, as cenas irrompem nos mais inusitados lugares do espaço-casa-abrigante-de-tanta-denúncia-poética. Laje; mezanino; varanda de sobrado; quarto de prostíbulo; casa de velha moradora; quintal de cortiço; bar de puteiro, lixão... O público, restrito a um pequeno número, desloca-se pelos espaços e acompanha, na maioria das vezes, os relatos de mulheres, que a despeito de tantas injustiças, entendem suas histórias e mazelas.
Mulheres-bomba, separadas pelos maridos, pais, amantes e pela ideologia perversa de um Estado injusto, predador, excludente... Mulheres exploradas, por homens e pregadores de todos os matizes fundamentalistas. Mulheres próximas, e a um triz, do motim. Essas mulheres Marcelino-freireanas são deslumbrantes. São mulheres em cujos textos, algumas vezes, referenciados no chão nordestino, estendem esse território para além das “Boas Viagens pernambucanas”: percorrendo toda a extensão atlântica do país, rumo ao seu interior também. As atrizes-criadoras representam o mais belo dos excelentes achados da obra. O coro feminino que fala do fogo no barraco de Dona Preta é inesquecível. Apesar de haver uma grande coesão e harmonia nesse coletivo feminino, não se pode deixar de destacar: a lindíssima cena de Naloana Lima: a mãe que faz e vende seus filhos, a mãe que troca seu leite por eletrodomésticos; a cena de entrada de uma moradora de rua, e emocionante Totonha, que conta histórias e serve um café celebrante de vida: criadas por Martinha Soares; e (gente, o que é isso!): Naruna Costa: impecável como catadora de lixo e emocionante como a mãe anti-paz, cujo filho foi morto pela polícia. A atriz, não bastasse isso, termina o espetáculo, de modo deslumbrante, cantando à capela: Béraderô, de Chico Cesar.
A trilha sonora, composta a partir de certo sincretismo tem momentos antológicos cantados pelas atrizes, sobretudo o canto de entrada “na terreira do mulheril” e na cena em que a “prestadora de serviços” e a Crente discutem nos palcos superiores.
A criação da cenografia, assim como os cortiços de tantas casas do Brasil, parece – do mesmo modo que os barracos das favelas e as casas em palafita – desafiar as leis da gravidade. O cenário é construído com restos de caixas de madeira, por pregos tortos, por material em processo de esboroamento. A cenografização da velha casa da Rua Santa Luzia, cria uma narrativa (im)pressionante e o quarto de Dona Totonha representa um retorno ao quarto das avós de nossas avós, de nossas avós... Quanto mimo barroco em estado de delicadeza.
Por último, quando vi o nome de Will Damas no folheto-cartaz fiquei muito feliz. Trata-se de um guerreiro da mais digna santidade e a quem nós todos, que acreditamos em teatro bem feito e espalhado pela periferia do mundo, tanto devemos. Em alguns dos bons achados do espetáculo é possível ver a mão firmemente sensível desse-tal-maravilhoso-Will.
Alguns dos espetáculos citados no começo desta leitura crítica fazem parte das grandes obras que tive o privilégio de ver montadas neste ano de 2008. Hospital da gente insere-se também neste universo. O espetáculo, além de bela obra teatral, pressupõe uma significativa troca de experiência, fundamentada em exercício mnemônico (ligado à memória): nós todos temos ou tivemos mãe, irmã, amiga... O espetáculo propõe uma sofisticada e vertical vivência estética. Quando se topa com uma obra dessa grandeza, citando tantos poetas e revolucionários: é possível sonhar com os pés plantados no alhures!



(Alexandre Mate, doutor em História Social pela USP, professor e pesquisador de teatro).

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